sexta-feira, 14 de março de 2014

Quero-te...


Emociono-me cada vez que te olho tão observadora do mundo que te rodeia, do mundo que para ti é sempre novo, que constantemente te mostra coisas novas, te tráz novos barulhos, novos rostos, novas dores, novas lágrimas, novos sabores. A vida trouxe-te, planeada ou não, a vida trouxe-te a este mundo. Emociono-me porque olhar para ti é ver-me pequeno, é saber que do fundo do meu coração, com as pouquíssimas forças que ainda me restam, terei de te proteger, terei de te educar, de te erguer do chão quando caíres, terei de te beijar as feridas quando as fizeres, terei de te motivar a levantar todas as vezes que caíres ao chão.

Emociono-me porque és a minha filha. És parte do que sou. A tua mãe estraga-te com mimos e, eu simplesmente adoro ver-vos juntas. Vejo-te tão delicada, tão silenciosa, tão entretida, tão pequenina, tão menina.

Quero-te pegar ao colo. Quero-te para sempre ao meu colo.
Quero erguer-te no ar, quero dar-te a coroa da tua mãe.

Sobre o colo da tua mãe...



Sobre o colo da tua mãe é onde tu mais gostas de descansar o choro, secar as lágrimas que soltas, calar os gritos desesperantes que o são decerto para a tua mãe. Quando a tua cabeça repousa sobre o ombro, seja ele esquerdo ou direito, tu deixas de ter medo. É no colo da tua mãe que gostas de repousar o coração, é nele que a respiração acelerada se torna pausada e se coloca ao compassado da respiração da tua mãe. A mãe que fica acordada toda a noite só para te ver dormir, para do seu interior tirar também ela os medos, os medos que o mundo lhe colocou na cabeça com o tempo e à medida que o tempo passou e passa por ela. 

Adormeces delicadamente quando ela te dá colo, mas quando sou eu a ter-te no colo tu olhas-me intensamente, por vezes sorris, não muito, mas sorris.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Quando te pego...


Quando te pego ao colo choras desalmadamente como se estivesses sobre os braços do diabo. Sorrio para ti, balanço o teu corpo de um lado para o outro delicadamente e mesmo assim teimas em continuar a chorar.  É dos braços suaves da tua mãe que tu tanto gostas de estar. Não queres os meus não sei bem porquê. Podes gostar dos braços dela, mas é nos meus olhos que tu tanto olhas com muita atenção, mesmo quando choras, mesmo quando fazes birra e sorris, é nos meus olhos que ficas hipnotizadas. Vasta olhar para ti e tu levemente soltas um sorriso pequenito.

O amor da tua mãe é sempre algo magico e maravilhoso. Consegue acalmar-te, consegue fazer-te sorrir e ser a bebé mais fofinha de todas. Até as médicas dizem que és muito sociável, muito rabugenta sim, mas quando estás nos teus bons dias, que são quase todos, tens uma alegria que contagia, dás-te com toda a gente e isso é bom de ouvir. 

És a melhor coisa do nosso mundo, Inês.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Falámos de ti meu amor...


No fim-de-semana fomos a casa do avô e da avó. Eles pegaram-te ao colo, mais o avô que quis ver de perto a sua neta. Não querias nada sair do colo da mãe, choravas com força e escondias os olhos no ombro dela enquanto gritavas com o fundo dos teus pulmões para  não ir para os braços do avô. Ele lá te pegou e sorriu. Olhou-te com ternura e beijou-te a testa com cuidado. Estava com medo que as forças dos braços lhe falhassem e te deixasse cair e por isso te entregou ao cuidado da tua mãe. Ela contigo ao colo aconchegou-te e calou-te o choro com um passar de mão sobre a cabeça e ele, o teu avô, deu-te um beijo meio tremido no topo da cabeça, no lugar onde as coroas assentam.

Todos ficaram a olhar para ti a soluçar enquanto a choradeira acalmava e o ambiente se tornava mais silencioso. A tua mãe e a tua avó foram para a sala sentar-se e eu e o teu avô fomos para a varanda da casa olhar para o horizonte enquanto falávamos da vida e de como ela se tornou tão livre, tão alegre e cheia de vida. Falámos de ti meu amor, falámos do teu futuro, do que queremos e não queremos, do que nos faz alegres e do que nos mete medo.

Olho-te da varanda e penso como tu me és tanto. Fazes-me sentir tão bem e tanta coisa que te gostava de mostrar. Vieste ao mundo num bom momento, meu romance.

Adoro ouvir e ver-te sorrir...


Quando a tua mãe te leva para a cama e começa a soprar-te na barriga tu sorris e dás gargalhadas tão altas e ficas tão fofinha. Fechas os olhos e sorris com um enorme prazer. Puxas-lhe os cabelos e logo depois os soltas. Quando ela te olha nos olhos tu sorris, tu começas a bater os pés no seu peito. E eu fico a olhar-vos, a ver os teus sorrisos, as tuas lutas, os teus berros, a tua baba que expeles da boca. És querida meu anjo, és silenciosamente perfeita. 

Por vezes apercebo-me o quanto tu gostas de nós. Mais da tua mãe que te enche de mimo, de amor e carinho. Adorava ficar contigo para brincar, para te fazer cócegas nos pés pequeninos que tens, para te pegar ao colo e sentir-te o peso, sentir-te bem e protegida. Embrulhar-te numa manta e sentar-me no sofá a ver os desenhos animados contigo. Mas o pai tem de trabalhar para por comer na mesa. A mãe dá-te o meu amor por mim. Ela é boa nisso, não achas?

Antes de sair beijo-te o nariz, e sopro no teu pescoço. Beijo-te as mãos e digo "és a filha mais linda do mundo!" Tu sorris e encostas a cabeça no peito da tua mãe que com tanto amor a beijo nos lábios e levemente passo a mão sobre os seus cabelos.
Meu doce pêssego, como adoro ouvir e ver-te sorrir.

Meu pedacinho de algodão...


Seguro-te sobre o meu peito como se fosse a primeira vez que segura-se em ti, no teu corpo suave e delicado, sentindo o cheiro doce da roupa nova que a tua mãe com tanto amor, com tanto carinho demorou horas a escolher. Ela queria o melhor, o mais bonito, o mais perfeito para ti. Queria-te linda, queria-te perfeita com ele vestido. Mas eu não queria saber do que ela te queria comprar na altura, queria apenas saber que estavas bem quando ainda estavas dentro dela, dentro da sua barriga. Meu bem mais precioso.

Agora que estás cá fora, posso tocar-te nos pés, posso pegar-te nas mãos pequeninas e dar-te o dedo indicador ou o mindinho de ambas as minhas mãos, para que tu com a força de mulher que tens, mos apertes, como se me pedisses para nunca na tua vida eu te largue a mão, que mesmo que faças coisas más, para que nunca te deixe de amar. E não vou meu amor. Não vou deixar de te querer ver bem, deixar de te segurar pela mão e dar-te beijinhos na boca em sinal do meu amor. Porque tu és-me metade, és aquilo que sou e o que já fui. És a tua mãe em pessoa, porque tens os seus olhos, o seu nariz e a boca, tens o meu corpo, o corpo alto e esguio, tens as mãos grandes e as orelhas pequenas. Caracóis acastanhados como a tua avó tanto nos pediu. És tu meu anjo, és tu, meu pedacinho de algodão.

Segurar-te nos meus braços e poder beijar-te a testa pequenina e cheirosa, saborear os teus dedos quando os colocas na minha boca tentando puxar-me a língua ou arrancar-me com a tua força super-natural os meus dentes. Porque eu só quero que sejas feliz. Só quero que te tornes melhor do que eu, que ames os outros com o coração e com a tua razão. Espero que quando te apresentar o mundo, o consigas ver como uma grande tela branca, dar-te-ei as ferramentas e as tintas necessárias para o pintares da maneira que mais te convier.

Anseio pelo dia em que irás pronunciar "pai, mãe"
És o centro do nosso mundo e deitaríamos castelos e montanhas a baixo, só para te ver bem e feliz...


Para quando um dia nasceres. Saberás que não foi escrito em vão, mas a pensar no futuro de te fazer, de te ver nascer, de te criar e ver sorrir. Espero que gostes de o ler como eu gostei de o escrever.