sexta-feira, 14 de março de 2014

Quero-te...


Emociono-me cada vez que te olho tão observadora do mundo que te rodeia, do mundo que para ti é sempre novo, que constantemente te mostra coisas novas, te tráz novos barulhos, novos rostos, novas dores, novas lágrimas, novos sabores. A vida trouxe-te, planeada ou não, a vida trouxe-te a este mundo. Emociono-me porque olhar para ti é ver-me pequeno, é saber que do fundo do meu coração, com as pouquíssimas forças que ainda me restam, terei de te proteger, terei de te educar, de te erguer do chão quando caíres, terei de te beijar as feridas quando as fizeres, terei de te motivar a levantar todas as vezes que caíres ao chão.

Emociono-me porque és a minha filha. És parte do que sou. A tua mãe estraga-te com mimos e, eu simplesmente adoro ver-vos juntas. Vejo-te tão delicada, tão silenciosa, tão entretida, tão pequenina, tão menina.

Quero-te pegar ao colo. Quero-te para sempre ao meu colo.
Quero erguer-te no ar, quero dar-te a coroa da tua mãe.

2 comentários:

  1. Gostei especialmente deste teu blogue, sem menosprezar os restantes, claro (que também fui "cuscar"). Mas é que como sou uma pessoa que trabalha diariamente com crianças e que também escreve cartas a uma "filha", senti-me em casa.
    Se não for abusar posso perguntar-te o que te inspira para escreveres estes textos tão delicados?

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  2. (Andei à procura do teu e-mail para te enviar a resposta, mas não encontrei nada por isso comento aquilo que te iria dizer!! Ah, já agora, aquele blogue onde comentaste - "Os Amantes" - é um blogue em conjunto com mais pessoas. O meu pessoal é - "O beijo do mocho"! :) )

    Sim, compreendo. As cartas que vou escrevendo a uma futura filha também são baseadas naquilo que espero fazer, naquilo que calculo vir a sentir. Basicamente é como me vejo enquanto mãe. É bom saber que há homens que não têem vergonha de assumir os seus pensamentos mais delicados; de reflectir sobre eles; de imaginar. Faz bem imaginar, sabes? Para quem trabalha com crianças a imaginação é o aspecto mais importante. E, ao imaginarmos, ao tentarmos prever, estamos ao mesmo tempo a excluir a hipóteses, a afunilar as nossas opções para quando o derradeiro momento chegar. Pelo que li aqui, acredita, darás um excelente pai :) Muito observador e preocupado!

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